O STUPLIME

Uma Mistura Desconcertante de Lógica e Absurdo

SUBLIME

ESTUPIDIFICAÇÃO

CONTRADIÇÃO

ANTAGONISMO

DISJUNÇÃO

The web is what Stanford professor Sianne Ngai calls stuplime, a combination of the stupid and the sublime. […] It’s this tension that keeps us glued to the web. […] Were it entirely stupid or were it entirely sublime, we would’ve gotten bored long ago. A befuddling mix of logic and nonsense, the web by its nature is surrealist: a shattered, contradictory, and fragmented medium.

Kenneth Goldsmith, Wasting Time on the Internet, 2016

O Stuplime: Uma mistura desconcertante de lógica e absurdo consiste num artefacto digital que, em três instâncias distintas, aborda o Stuplime. Este conceito, cunhado pela crítica cultural Sianne Ngai, caracteriza a experiência contemporânea da Internet como uma combinação das noções de stupid e sublime. Assente na exploração do contraste entre conteúdo e mecanismo de entrega, este artefacto explora encadeamentos enfáticos deste termo, informados pela etimologia da palavra estúpido, cuja raiz se liga a estupefacto, enquanto palavra próxima do sublime. Assistindo a uma leitura de um afeto menor e de um outro avassaladoramente maior, somos inscritos num contexto que inicialmente se apresenta como alienante, mas que depois se revela desconcertante o suficiente para prolongarmos a sua exploração.

O primeiro versionamento deste artefacto é a casa de Kant, que mostra a tradução infinita em ASCII de uma gravura da casa de Immanuel Kant em Könisgberg. Por sua vez, AlgoRitmo, encara o espaço performativo da dança no contexto pós-digital e pós-internet, assinalando uma redundância categórica. Já Cosmos vs. Cosmetics apresenta um planetário seccionado em que estrelas das avaliações online de lugares reais são projetadas numa cúpula, sendo-nos devolvida em tempo real a posição estelar desses lugares classificados. Esta instância é também sustentada pela caracterização que Beatriz Colomina e Mark Wigley fazem de um “ser humano transparente, totalmente articulado nos seus gostos e desgostos”, como “um conceito orientado pelo mercado de um consumidor ideal que dá constantemente feedback para reduzir qualquer atrito na produção, distribuição e consumo de artefactos.”

Francisco Menezes
PT / EN

O STUPLIME

Uma Mistura Desconcertante
de Lógica e Absurdo

Imagem 1 Imagem 2 Imagem 3

The web is what Stanford professor Sianne Ngai calls stuplime, a combination of the stupid and the sublime. […] It's this tension that keeps us glued to the web. […] Were it entirely stupid or were it entirely sublime, we would've gotten bored long ago. A befuddling mix of logic and nonsense, the web by its nature is surrealist: a shattered, contradictory, and fragmented medium.

Kenneth Goldsmith, Wasting Time on the Internet, 2016

SUBLIME

ESTUPIDIFICAÇÃO

CONTRADIÇÃO

ANTAGONISMO

DISJUNÇÃO

O Stuplime: Uma mistura desconcertante de lógica e absurdo consiste num artefacto digital que, em três instâncias distintas, aborda o Stuplime. Este conceito, cunhado pela crítica cultural Sianne Ngai, caracteriza a experiência contemporânea da Internet como uma combinação das noções de stupid e sublime. Assente na exploração do contraste entre conteúdo e mecanismo de entrega, este artefacto explora encadeamentos enfáticos deste termo, informados pela etimologia da palavra estúpido, cuja raiz se liga a estupefacto, enquanto palavra próxima do sublime. Assistindo a uma leitura de um afeto menor e de um outro avassaladoramente maior, somos inscritos num contexto que inicialmente se apresenta como alienante, mas que depois se revela desconcertante o suficiente para prolongarmos a sua exploração.

O primeiro versionamento deste artefacto é a casa de Kant, que mostra a tradução infinita em ASCII de uma gravura da casa de Immanuel Kant em Könisgberg. Por sua vez, AlgoRitmo, encara o espaço performativo da dança no contexto pós-digital e pós-internet, assinalando uma redundância categórica. Já Cosmos vs. Cosmetics apresenta um planetário seccionado em que estrelas das avaliações online de lugares reais são projetadas numa cúpula, sendo-nos devolvida em tempo real a posição estelar desses lugares classificados. Esta instância é também sustentada pela caracterização que Beatriz Colomina e Mark Wigley fazem de um “ser humano transparente, totalmente articulado nos seus gostos e desgostos”, como “um conceito orientado pelo mercado de um consumidor ideal que dá constantemente feedback para reduzir qualquer atrito na produção, distribuição e consumo de artefactos.”

Francisco Menezes